quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Mega Post: Jambolada, parte III

O terceiro e último dia do festival Jambolada contou com a parceria do já conhecido evento “Arte na Praça”. Às atrações já previstas juntaram-se mais algumas, e quem esteve na praça Sérgio Pacheco pode conferir de perto um caráter mais eclético do último dia de muito som e manifestações culturais.

Bem, a primeira banda, infelizmente esse neurônio estafado aqui não conseguiu acompanhar, devido à maratona de entrevistas, correias musicais e noites sem dormir. Já peço antecipadamente sinceras desculpas pelo ocorrido. A segunda bem.... hum... Bom, o DuoFel [foto ao lado] entrou em seguida mostrando que 29 anos de carreira é tempo bastante para uma performance maravilhosa. O som que saía dos violões e violas contagiaram as pessoas, mesmo aquelas que não são adeptas a um estilo de música mais elaborado, ou mesmo com referencias clássicas da musica nacional e mundial. A apresentação teve direito até a uma senhora desavisada que, no meio de uma performance pediu para que os bem humorados músicos tocassem uma canção do cantor Leonardo...


A terceira apresentação não agradou as pessoas presentes. Makely Ka tocou um fusão de ritmos que parece não ter comovido as pessoas que circulavam perto do palco, que diga-se de passagem ficou vazio neste momento. O Quarto das Cinzas [foto ao lado Laya Lopes], do Ceará, mostrou um som eclético e mistura bem composta entre ritmos regionais e eletrônicos. Como diz a própria definição do grupo no site Trama Virtual: “O Quarto das Cinzas é uma fusão da música moderna eletrônica com as raízes musicais brasileiras. Estamos falando de influências ou de impressões, pois a música vem pura, vem homogênea, vem visceral. Por ser experimental, espontânea, é como a chamada escrita instantânea, abre espaço para a criação livre de cada artista”. Leve, bom de escutar e bem executado. Sem duvida uma ótima escolha dos organizadores.

A ultima banda, os Moveis Coloniais de Acaju [foto ao lado] mostraram porque se firmaram como a banda mainstream do cenário independente. Alegres, com sonoridades que vão do samba ao Ska, esses meninos de Brasília contagiaram as pessoas ali instaladas a frente do palco, e já se podia sentir um certo clima de tietagem no ar. A “Feijoada Búlgara” é frenética, tem toques de romance, acaba por fazer todo mundo dançar, e corresponde a expectativa das pessoas que, mesmo após uma maratona de três dias de intensa energia musical, ainda tiveram pique de sobra para pular até fazer a área em frente o palco levantar poeira.

De uma maneira geral, o festival conseguiu contemplar vários aspectos de um cenário que vinha crescendo em Uberlândia e acabou por se consolidar. Agora, essa terrinha se configura como detentora do maior festival de música independente de Minas, ao lado de outras iniciativas como o Festival Calango (RJ), Bananada e Goiana Noise (ambos em Goiânia). A abrangência destes eventos não fica apenas por conta de um movimento para circulação de bandas. Vai além: promove discussões e incentiva os projetos que estão preocupados em estabelecer vínculos entre as pessoas que estão dispostas a divulgar a cultura de qualidade que anda sendo feita ao longo de todo Brasil, mesmo estando fora dos grandes veículos de comunicação. Todos saem ganhando. E o cenário independente mais ainda.

E que venha Jambolada 2008.
[fotografias: Thiago Carvalho]

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